O problema de se levar a sério (demais)
As lições que aprendi com uma caneta que apaga - e outras indicações.
Lá estava eu, passeando nos corredores de uma papelaria em busca de algumas canetas coloridas novas — como boa amante de materiais que sou - quando, de repente, entre chocolates e adesivos de bichinhos, encontro um item que não via há anos: uma caneta que apaga.
Obviamente, não hesitei por um segundo para adquirir esse maravilhoso item e cheguei em casa ansiosa para testá-la, sem imaginar que um objeto tão simples fosse me fazer refletir bastante sobre a vida e sobre como nos levamos a sério demais.
Você pode estar pensando: 'Isa, era só usar um lápis', assim como supostamente fizeram os russos para escrever no espaço, enquanto a NASA desenvolvia por anos uma caneta especificamente para esse objetivo. Embora tudo isso seja apenas uma lenda, e de fato, eu pudesse simplesmente usar um lápis e nos poupar dessa reflexão, insisto em trazê-la, porque acredito que vai valer a pena tanto para você quanto para mim.

Quando a gente escreve a caneta estabelecemos ali um compromisso com o que está sendo escrito no papel. O que foi registrado não pode ser desfeito sem deixar marcas. Não há volta. Mas a caneta que apaga desafia essa lógica. Ela nos permite escrever com a intenção e a firmeza de uma caneta tradicional, enquanto nos dá a liberdade de errar e voltar atrás, como um lápis. Parece um detalhe pequeno, mas essa simples tecnologia pode nos ensinar algo maior.
Por muito tempo, evitei grifar livros que queria marcar por medo errar, ou me arrepender. Já deixei também de escrever à caneta em cadernos bonitos porque temia que minha letra não ficasse à altura, ou que eu errasse de alguma forma arruinando meu belo exemplar de papelaria. Mas a caneta que apaga me trouxe uma nova perspectiva: quando temos a certeza de que há a possibilidade de apagar, corrigir ou tentar de novo, o medo de errar automaticamente diminui - e até vai embora. O peso da perfeição se dissolve. E isso vai pra além do papel.
Essa simples caneta me fez entender que quando nos levamos a sério demais, nós podemos deixar de fazer muitas das coisas que queremos, pelo medo de errar e pelo medo de que esse erro seja definitivo. Quando vemos as coisas dessa maneira, cada tentativa carrega em si o peso da irreversibilidade - o que paralisa qualquer um.
A suposta obrigação de sempre acertar nos faz levar a vida – e a nós mesmos – a sério demais. Mas a vida não é um documento escrito à tinta permanente. Pelo contrário, muita coisa nela pode ser editada, corrigida, reescrita e até rasurada. Essa vida é, supostamente, a única que temos para testar e errar o quanto estivermos dispostos.
E aqui há uma distinção importante: não se levar tão a sério não significa se menosprezar, pelo contrário, significa honrar nosso compromisso com nossas ideias sem nos aprisionarmos na necessidade de acertar sempre. Como humanos, temos o direito de errar. E precisamos aprender a reivindicar e usufruir desse direito.
Essa caneta que apaga me lembrou de algo essencial: eu posso errar, posso mudar de ideia e posso tentar de novo. E isso veio num momento muito significativo da minha vida, em que quero tentar coisas novas na minha empresa e dar passos que nunca dei antes. Para ser sincera, estou com medo de tudo isso. Mas ao encarar esse processo como um teste — e não como um veredicto final —, sinto mais coragem e até mais vontade de fazer acontecer. Porque afinal, se algo der errado, eu posso simplesmente apagar esse pedacinho, aprender com ele e escrever uma versão melhor.

E para garantir que esse lembrete fique sempre comigo, comprei um pacote com seis canetas que apagam e também escrevi essa newsletter, para que esse lembrete fique com você também.
E o que você acha sobre isso? Gostou da ideia de ter uma caneta que apaga na vida? rs. Me conta aqui:
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No último episódio de Voices of Earth, uma série de seis episódios que nos apresenta povos que mantêm um pacto ancestral de respeito e amor entre o ser humano e a terra, conhecemos a vida dos Awá-Guajá, uma comunidade indígena de caçadores-coletores que vive na Amazônia brasileira e tem sua existência constantemente ameaçada pela atividade predatória de madeireiros e pecuaristas.
Uma das características mais marcantes dos Awá-Guajá é sua relação com os Hanimas, animais selvagens que ficaram órfãos durante a caça e são adotados como membros da família por toda a comunidade. Essa conexão profunda e respeitosa com a natureza nos faz questionar nossa própria relação com o mundo ao nosso redor.
Assistir a esse episódio provoca um misto de nó na garganta, de indignação com os rumos que a sociedade vem tomando, mas também um choque de perspectiva. Ele nos faz perceber o quanto nossas preocupações diárias e nossos desejos muitas vezes são insignificantes quando comparados ao que realmente importa. A forma como os Awá-Guajá enxergam a vida nos lembra que muito do que nos aflige na sociedade moderna pode ser apenas ruído, e que talvez precisemos urgentemente resgatar essa conexão perdida.
Documentários como esse são menos assistidos do que deveriam. Mas, quem sabe, se espalharmos a mensagem que essas pessoas nos convidam a enxergar, as coisas possam mudar mais rápido. Porque, nesse aspecto, sim, deveríamos ter pressa. Te convido a assistir e compartilhar esse episódio (link acima) e se ele te tocar, envia pra alguém que pode gostar também.
*O documentário completo está disponível na Globoplay.
Obrigada por ler até aqui!
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Nos vemos mês que vem pra mais uma news,
Um beijo e até breve,
Isa Bonfitto
Que reflexão linda Isa. Isso me faz pensar, a gente tem medo de que, afinal? Quem foi que disse que não podemos errar pelo caminho, não é?
Há quem diga que foi um erro, eu digo que foi coragem 🤍
Que maravilha essa reflexão da caneta. A pressão em acertar de primeira, nos impede de nos impede de nos expressar de maneira mais livre e autêntica.
Gostei da indicação do documentário, me parece muito precioso.